segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Pálido Ponto Homofóbico

Esse é nosso planeta. Ele é inexplicavelmente insignificante em comparação com o universo. É basicamente nada. Nós somos grãos de areia no deserto do puro nada. Menos que nada, e ainda assim somos confrontados com uma escolha diária. Podemos ser babacas, ou tentar contribuir para que as coisas entre a gente sejam melhores. Qual é a implicação cósmica disso? Nenhuma. A diferença está aqui e somente aqui. Nas nossas relações, no pequeno espaço entre um ser humano e outro. Podemos escolher uma atitude, uma tentativa para diminuir o atritrio entre as órbitas errantes de nossas naves de carne e osso.

São duas horas da manhã nesse lado do pontinho azul.

Eu acabei de discutir com um monte de moleque no whatsapp.

Eu deveria estar dormindo, ou fazendo qualquer outra coisa.

Mas quem diria que ainda é preciso explicar pra alguém que chamar o outro de "gay" não é um xingamento? Quem, pelo amor de Odin, diria que eles não seriam capazes de entender? Muita gente não consegue entender que não é legal pegar uma característica de alguém e tratar isso como uma forma de xingar ou zoar alguém. Muita gente não se coloca no lugar do oprimido. Muita gente não sabe o que é ver uma parte de quem você é ser tratada comumente como uma inferioridade, banalizada, ridicularizada e reduzida a nada.

"Para de dar bandeira", eles disseram.

"Repensa isso".

Eles acham que só quem é igual, é capaz de tomar as dores. É capaz de desejar uma forma diferente de agir. Eles não sabem que também podem mudar a forma de ver o mundo ao seu redor.

Caramba, talvez eles nem saibam que existem um mundo ao redor! 

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