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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Diários de Terapia 13

Eu vou acabar me matando.

É o pensamento mais recorrente no momento.

E aí muita gente vai falar sobre como precisamos falar sobre depressão. Muita gente que vive a vida de textão em textão e nunca tentou entender nada que não estivesse romantizado no Facebook. Nada que fosse real, que doesse, que sangrasse.

Eu vou acabar me matando. Qualquer dia desses eu vou acabar passando dessa linha fina. Entre acidente e proposital, entre lúcido e fora de mim. Suicídio nunca tem só um lado. Nunca tem só uma voz na cabeça.

O depressivo é um desgaste. Ele é uma sanguessuga para todos que se aproximam. Sua vida é vazia, ridícula e morta. Então ele suga os outros, sem nunca se sentir satisfeito. Ele é um desastre, uma anomalia. Se fosse um animal, seria sacrificado. Se fosse uma planta, seria arrancada. Se o depressivo fosse uma casa, ela precisaria ser demolida e nem um pedacinho seria reaproveitado.

Se algum dia eu resolver apertar melhor esse cinto em volta do meu pescoço, talvez até pendurá-lo em algum lugar. Ou se o saco plástico na minha cabeça não for um adorno temporário. Se eu conseguir mais coragem para me cortar ou se o soco na minha própria cabeça for substituído por um tiro, quem vai poder me culpar? Quem vai acreditar cem porcento que eu parti cedo demais? Sim, vai deixar muita gente mal, mas no fim das contas será que vai ser tão surpreendente assim?

É só apressar o inevitável.



terça-feira, 4 de novembro de 2014

Diários de Terapia 12

Existe um turbilhão de sentimentos aqui dentro. Uma mistura que segue agressiva, como as águas mais agitadas se quebrando contra as rochas. Porém, tudo isso é represado por grandes muros. As palavras se agitam na cabeça, mas não passam pelos lábios. Como poderia me expressar sem causar desespero? Como deixar isso sair sem destruir tudo e todos a minha volta?

Me destruir já não é um problema. Toda noite, depois de muito custo, eu durmo. Durante algumas hora eu deixo de existir. O meu "eu" não se encontra no espaço e no tempo. Meu corpo continua deitado, mas toda a identidade, memória, tristeza, alegria, amor e ódio some. E antes dos sonhos surgirem para perturbar a paz, antes de acordar com a mente agitada, fico como morto. 

A morte nada mais é do que dormir para sempre. Já abandonei a ideia infantil de que existe algo além da vida faz tempo. Não há nada a não ser isso aqui. Quem somos não passa de interações involuntárias no cérebro. E tudo isso desaparece quando o último folego se vai. 

Dormir para sempre parece uma ótima ideia. Mas vai continuar sendo ideia, pois só existe lugar para ela na cabeça. Quando sai pela boca, volta como pedradas de pessoas que nunca entenderão. 

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Diários de Terapia 11

Talvez uma fase tenha chegado a fim.
Depois de um ano no consultório, decidi que queria algo diferente.
Ou será que é o mesmo de sempre? Aparentemente estou desistindo mais uma vez, e meu comportamento ainda tem sido imaturo.
Mas sinto que em alguns aspectos eu sei bem o que estou fazendo.
Não, não recomendo isso para ninguém.
Mas também sei que cada um conhece a si mesmo.
Me sinto meio idiota virando as costas para algo que eu apoio tanto.
Ao mesmo tempo é bom poder falar com tanta gente pela internet.
A terapia não acabou, só está começando.
Minha paciência para certas coisas, essa sim acabou. E acho que fui um pouco ludibriado.
Mas o caminho continua, e não há como parar.
Sempre existirão pessoas para apontar o dedo, e é aqui que entra a certeza de quem somos.
Nossa individualidade é tudo o que temos. 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Diários de Terapia 10

Eu não estou bem.
Isso é fato.
Ontem eu estava, hoje não estou mais.
Que se dane a síndrome do pânico, o problema maior continua sendo a depressão.
Muitas coisas mudaram.
Eu sei agora o que eu preciso fazer, e de onde vem essa falta de vontade viver.
Mas não consigo vencer isso. Não consigo fazer o que devo.
É um objetivo visível, mas aparentemente inalcançável.
Não sei se existe alguma lição aqui.
Nem sentido. Parece que não há sentido.
O único sentido no universo é o que criamos para nós mesmos.
Tudo o que conhecemos é a vida, e como ela não faz sentido, ficamos obcecados pela morte.
E eu pensei na morte hoje, mais uma vez. Flertei com ela, enquanto fugia de
suas garras.
Acho que todo mundo é assim: a morte é nosso maior fascínio, e maior medo.
Eu preciso calar uma coisa dentro de mim. Não quero acabar com tudo que sou, mas muitas vezes essa parece ser a única opção. Quero muito, muito mesmo, nunca mais ouvir esse monstro dentro de mim.
Quero poder matar essa parte, e viver com o resto.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Diários de Terapia em Vídeo!

Levei a série "Diários de Terapia" para o vídeo! Pretendo fazer vários episódios curtos, com uma narração reflexiva. Assistam e se inscrevam no canal para ver os próximos. Para ler todos os textos da série, clique aqui.



Obrigado pela companhia :D

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Diários de Terapia 9

Eu sou uma criança em um corpo de adulto.


Não me surpreende que os médicos sempre falem em "adquirir maturidade". Eu só demorei muito pra perceber. Mas percebi. Hoje, agora. Realmente existem esses momentos de epifania!
Tudo faz sentido agora. A forma como eu me preocupo aterrorizadamente quando alguém que eu gosto está longe, minha necessidade constante de atenção, o fascínio eterno pelo sensual, a raiva fulminante quando sou contrariado, a incapacidade de assumir qualquer responsabilidade e só buscar o que me dá prazer, entre muitos outros.

Eu sou uma criança. Tudo faz sentido. Epifania.

Eu me sinto envergonhado, não por ter três posteres de super heróis no quarto, o porque eu fui ao psiquiatra ontem vestido como um garoto de 10 anos, até porque muitos adultos de verdade agem assim, mas pelas minhas atitudes serem genuinamente infantis. Não teria importância ter os mesmos gostos, e conseguir ter controle sobre a vida. Mas eu não tenho. Nem um pouco.

Não tem lição de moral aqui. Nada de final feliz ou lado bom. Não tem nada bom.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Diários de Terapia 7

Olar.

Ando bem ausente do blog, né? Acho que eu tenho pensado muito, mas sem ser capaz de organizar minhas idéias de forma coerente. Tenho escrito muita besteira (traduzindo textos) o dia todo, então falta cabeça pra falar de filmes e de terapia e tudo mais.

Onde paramos da última vez? Ah é, eu disse que tinha começado a tomar remédios. Eu falei que me caguei de medo e tive crise de pânico só por medo de tomar remédio? Acho que sim... A questão é que eles realmente fizeram efeito! É estranho ver isso, mas a mudança é facilmente notável! Eu não quero depender deles, mas se é o necessário pra me fortalecer então que seja.

Mas nem tudo é perfeito. Por mais forte que eu estivesse me sentindo, tem algumas situações que são fortes demais. Sabe aquelas noticias que você recebe e simplesmente não sabe o que pensar, nem fazer? São milhões de pensamentos e emoções ao mesmo tempo e você só fica de joelhos, derrotado.

Continuo seguindo em frente. Melhor agora, já que o choque foi há mais de uma semana, mas ainda está bem difícil. Nem tudo está perdido. Felizmente temos pessoas e coisas que nos dão esperança! Acho que sempre tem alguma coisa, basta procurar. Uma música (como o álbum novo do Switchfoot) ou vários filmes. Vamos procurar mais esperança, mesmo que só um fiozinho. Querer mudar já é parte da mudança!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Diários de Terapia 6


Não tenho muito o que dizer hoje. Encontrei essa imagem pela internet, mas não sei quem é o autor. Ela exemplifica de uma forma tão profunda, que só quem já passou por algo parecido vai compreender toda a emoção que a imagem passa. Todas essas palavras vem como facadas e machucam, machucam muito!

No que diz respeito a terapia, comecei a tomar remédios essa semana. Isso não significa que eu piorei nos últimos tempos, só que os profissionais acharam bom que eu tivesse essa "bengala" pra me apoiar durante um tempo enquanto eu faço o tratamento. Eu procurei o depoimento de muuuuita gente sobre isso, mas mesmo assim tive muito medo (pavor, horror) de tomar a medicação. Mas acho que fui convencido de que isso é o melhor.

Por hoje é só pessoal!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Diários de Terapia 5

Meu bisavô morreu há alguns anos atrás. Eu falei com ele uma vez na vida, que eu me lembre. Mas me lembro bem do meu pai contando sobre como ele era bravo e todo mundo tinha medo dele. Aliás, esse era o apelido dele: Vovô bravo. Já o meu avô uma vez me contou que quando era jovem ele fez as três coisas que mais gostava: jogar bola, dançar (possivelmente um eufemismo pra sexo) e brigar. Sim, brigar era uma das atividades preferidas dele. E por fim meu pai. Quando eu era mais novo sempre via ele discutindo com alguém. Desde o trânsito até o supermercado. Tudo era motivo pra cara fechar, o orgulho se inflamar e a boca se encher de ofensas.

E eu?

Eu preciso quebrar esse ciclo.
Até hoje tenho feito um trabalho de merda e seguido as mesmas tendencias. Com todos os problemas que já tenho na cabeça, a raiva acumulada - fruto de um orgulho imaturo - tem se tornado um monstro. Me vejo as vezes como um Hulk, que tem explosões de fúria e depois mal se lembra do que aconteceu.
É mais uma coisa pra se lutar.
Eu vejo tanta gente fazendo tanta coisa idiota. Fico puto de raiva. Mas sempre que eu agir com raiva, não vou mudar nada por fora e ainda vou deixar o interior pior. Mas quando eu me controlar e me acalmar, eu vou mudar algo em mim.

Eu vou quebrar o ciclo.

domingo, 20 de outubro de 2013

Diários de Terapia 4

Cena do filme "Se Enlouquecer não se Apaixone", personagem mostrando o dedo do meio.Eu comecei a escrever esse texto num dia em que eu estava mal. Aqui está, na íntegra, o que eu escrevi naquele dia:

"Eu odeio ser assim."

É... é meio injusto só conseguir escrever quando estou bem. Mas é muito válido também. O vídeo do último post já deve ter dado uma dica de que eu tenho lidado muito com o termo Síndrome e/ou Transtorno do Pânico. Minha psicóloga gentilmente me deu alguns textos que falam sobre isso. Explicam porque acontece, descrevem os sintomas... Mas eu sempre deixei isso bem distante de mim, não conseguia dizer "eu tenho transtorno do pânico". Foi difícil escrever isso, sério.

Sabe... ontem eu quase bati o carro da minha mãe. Um desgraçado filho de uma puta paga estava tentando entrar na minha faixa sem dar seta. Distraído com aquilo, e com o ímpeto de por a cara para fora da janela para xingar aquele acéfalo filho de uma porca (essa parte eu não contei pra ninguém), eu esbarrei no carro da frente. Músculos tensos, falta de ar... eu quase bati o carro! Acesso de raiva, vontade de correr pra casa... porque só tem idiota no trânsito? Felizmente estava a poucos quarteirões do meu destino. Estacionei, deitei o banco, respirei direito, comecei a ver um filme no tablet! Queria conseguir me acalmar assim em todas as situações. O melhor foi sair do carro e encontrar com alguém que eu amo, mas se eu saísse direto, sem respirar nem nada, aquilo iria aumentar e explodir numa crise!

Voltando ao "eu odeio ser assim": viver de forma que até as expectativas boas são um peso, por virarem uma montanha absurda na minha frente, é uma merda. Mas não é sempre assim e eu devo esperar que os bons momentos vão se tornar mais frequentes que os ruins.

domingo, 6 de outubro de 2013

Diários de Terapia 3

Às vezes as coisas são muito, muito boas! Isso ao mesmo tempo que traz uma alegria indescritível, pode ser ruim. Principalmente se você não está muito acostumado com isso.

Eu aprendi que psicanalistas consideram a eterna busca da nossa vida como tendo origem no nascimento. No momento em que somos arrancados do ambiente quentinho e confortável da barriga da nossa mãe, nosso cérebro registra isso e passa a buscar esse sentimento de paz total novamente. Obviamente isso é fácil aqui fora, e ficamos sempre desejando algo. Relaciono o que senti recentemente a isso. Eu fiquei num estado tão bom, tão em paz, que quando acabou o choque foi grande. Acho que meu cérebro interpretou o sentimento como uma ameaça, causando uma pequena crise de pânico.

Às vezes é assim... Por mais forte que você se sinta, existem alguns fantasmas na cabeça. Mas eu quero mudar, eu quero ser melhor, mais forte, mais focado. Quero amar mais, criar mais, sorrir mais e ficar mais em paz. E sabe de uma coisa? Isso é muito bom! Eu preciso e me alegro nisso! Porque eu finalmente estou disposto a ser melhor! Os tempos estão complicados, afinal quando se varre a casa é que a poeira sobe! Mas isso é bom.

Enfim, eu quero mesmo é compartilhar esse vídeo que eu achei e com o qual me identifico muito!




sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Diários de Terapia 2

Está tudo na sua cabeça.

Quando se está ansioso não se vive o momento. Cada dor é um cancêr, cada segundo é um dia, qualquer barulho é um perigo, todo pensamento é um fantasma.
A ansiedade te faz viver numa realidade que não é existe. Você está sempre no futuro. Um futuro imaginário chamado "e se". E se tudo der errado? E se eu estiver mesmo morrendo? E se tiver acontecido alguma coisa? Você fica preso nos medos e não consegue abrir os olhos e ver o agora, o aqui. Olhar em volta e ver que até onde se sabe está tudo bem, e o dia de hoje é uma estrada aberta para se seguir.



Jesus mesmo falou que não importa o quanto a gente se preocupe, não seríamos capazes de acrescentar um só dia a nossa vida. O jeito é viver cada dia de cada vez. Procurar os amigos, fazer coisas interessantes. Por mais que pareça que não há ninguém que entenda e nenhuma atividade que valha a pena fazer, não se pode desistir. Porque existem sim pessoas que entendem e coisas que te deixam feliz. Essas situações servem pra mostrar como realmente somos, qual é nossa essência. E tem algo bonito aqui dentro, uma pessoa que é bem diferente da ansiedade.

Minha dificuldade tem sido manter a cabeça ocupada, girar as engrenagens e trabalhar. No limbo entre me formar e de fato conseguir trabalhar, eu tenho tido muito tempo a toa. Isso não é nada bom. A depressão se aproveita desses momentos para falar que nada vale a pena e que eu sou inútil. Mas sei que isso vai mudar. E tem que mudar de dentro pra fora, porque senão nem o melhor emprego do mundo traria satisfação.

Está tudo na sua cabeça. Os fantasmas não são reais. A vida realmente não é um mar de rosas, mas é pra ser vivida e não preocupada.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Diários de Terapia

Terapia... essa palavra traz muitas coisas a mente, algumas boas e outras nem tanto. Para mim, o significado
dela expandiu imensamente no último mês. "Porque?", você pergunta. "É simples!", eu respondo. Tem um mês que eu comecei a ver uma psicóloga. Ver numa relação de paciente (eu) e médica (ela). Não no sentido romântico (apesar de eu usar minha namorada como psicóloga várias vezes)! Enfim... faz um mês que eu comecei a fazer terapia, algo que já devia ter feito há muuuito tempo! Eu tento não pensar nisso, mas seria realmente bem melhor se eu tivesse começado antes. Já tem muito tempo que as coisas andam estranhas aqui dentro.

Mente, cérebro, cabeça, pensamentos, sanidade... a escuridão do desconhecido que mora dentro de nós é assustadora! A forma como pensamos pode mudar muita coisa e definir como nós vivemos. Minha cabeça já me pregou várias peças. Já me impediu de fazer muita coisa e de viver de forma bem melhor. Muito da minha vida já foi desperdiçado lutando guerras enormes contra situações que nem existiam, ou simplesmente caído ferido mortalmente por balas que nunca foram disparadas. A ansiedade sem controle é um veneno. Minha psicóloga explicou que por algum motivo meu cérebro não aprendeu a viver certas situações, como um músculo atrofiado por falta de uso. E assim eu vejo como ameaça coisas que não são. Isso causa crises de ansiedade. Um medo exagerado, um soldado sem treinamento que se assusta sem motivo e sai atirando pra todo lado.

No começo eu achei que era só ir no consultório uma vez por semana e a cada sessão eu ia sendo curado. Não é assim. Eu aprendi que a terapia é integral, ela acontece todo dia no corpo e na mente. A terapia é um exercício. Terapia pra mim tem a ver com ser mais saudável, em todos os sentidos. Tem a ver com o que eu como, com exercício físico, com respiração e com dormir direito da mesma forma que tem a ver com ter pensamentos positivos, fazer coisas novas, falar com pessoas e lutar contra as crises. Aprendi que eu tenho que levar tudo isso muito a sério o tempo todo. Tenho tentado diminuir o tempo em que eu fico enchendo a cabeça de informação, dormir e acordar mais cedo e tenho procurado enfrentar as situações que me assustam.

Tudo isso é muito novo pra mim, e o caminho ainda é longo. Alguns dias eu estou bem esperançoso, em outros fico deprimido. Coisas pequenas ainda são um gatilho pra inícios de crises. Mas não quero parar agora e esse texto é parte dessa terapia. Espero que escrever sobre isso me leve a pensar e me fortaleça.

Obrigado por ler!
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